quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Algumas observações táticas de Náutico 1x0 Salgueiro

Nesta quarta-feira, 10, o Náutico chegou à terceira vitória em três jogos no Campeonato Pernambucano 2016. Diante do vice-líder e até então também invicto Salgueiro - que havia batido o Sport e empatado com o campeão Santa Cruz -, o Timbu encontrou mais dificuldades do que nas duas vitórias anteriores (2 a 0 sobre Santa e Central). No primeiro tempo, a equipe alvirrubra dominou completamente a partida, mas apenas através de bola parada alcançou seu gol. Já no segundo tempo, uma desconcentração tática nos 20 minutos iniciais, quase colocava o triunfo em perigo.

Como tem sido recorrente, a equipe do Náutico procura colocar em prática uma das principais exigências de seu treinador. Dal Pozzo gosta que seu time tenha a posse de bola, afinal quem tem a bola, corre menos riscos. Por isso, o Timbu costuma sair jogando desde o seu campo defensivo, evitando bolas longas, que podem ser quebradas no combate aéreo na intermediária adversária.

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Um dos princípios gerais que norteiam o futebol é a constante procura de criação de superioridade numérica. E o sistema defensivo alvirrubro vem conseguindo ser exitosa neste aspecto em vários momentos do jogo. Em especial no primeiro tempo da partida contra o Salgueiro, em que não deu hipóteses aos sertanejos (cuja única chance nos 45 minutos iniciais foi de chute de fora da área).

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Com a bola, o Salgueiro até se armava para jogar em 4-3-3, com dois meias apoiadores e dois jogadores bem abertos nas pontas. Esbarrava, entretanto, na consistência defensiva alvirrubra.

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Outra característica tática do Náutico é que o sistema defensivo não se resume aos volantes, laterais e zagueiros. A marcação costuma se iniciar com os atacantes pressionando os adversários que saem com a bola. O sistema ofensivo alvirrubro é o responsável pelo primeiro combate, auxiliando o defensivo.

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Rodrigo Souza voltou a se destacar como um volante construtor, aparecendo para o jogo, criando linhas de passes, e fazendo o time jogar, com passes e conduzindo a bola nos espaços vazios. Foi dos pés dele que o Náutico construiu suas melhores chances com a bola rolando na etapa inicial. Na imagem abaixo, outras duas observações - a amplitude ofensiva criada pelos dois laterais alvirrubros e a movimentação de Bérgson, em busca de desequilíbrios na fechada defesa salgueirense.

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Apesar de apresentar bons princípios estruturais de ataque, o Náutico encontrava dificuldade para progredir no setor ofensivo, esbarrando no bom sistema defensivo do Salgueiro, armado em 4-1-4-1, com as linhas bem compactas. Não por acaso, o gol alvirrubro saiu de bola parada (escanteio cobrado por Bérgson, para boa cabeceada de Daniel Morais).

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No segundo tempo, o Náutico voltou a campo desconcentrado. E a entrega tática demandado pelo modelo de jogo de Gilmar Dal Pozzo pressupõe máxima concentração por parte dos jogadores, para que cumpram as orientações técnico-táticas do treinador. Isso não aconteceu nos primeiros 22 minutos da etapa complementar.

Apático, sem intensidade ofensiva e frágil no balanço defensivo, o Timbu viu o Salgueiro tomar conta do jogo. Dal Pozzo reconheceu, após o confronto, que o Náutico recuou em demasia, ao invés de seguir marcando o Carcará em seu campo defensivo. Permitindo, assim, o crescimento dos sertanejos no jogo, que passavam a colocar mais homens na intermediária alvirrubra, criando desequilíbrios, como o que resultou no pênalti.

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Dal Pozzo percebeu o melhor momento da equipe visitante e fez entrar em campo Eduardinho e Ratão, para o lugar de Caíque e Daniel Morais, na tentativa de ganhar fôlego novo e, assim, recuperar o controle da posse de bola, bem como ter maior movimentação ofensiva. Deu certo. O Náutico equilibrou a partida e na base da velocidade - em especial de Rony pelo lado direito do ataque - conseguiu chegar à área do Salgueiro. As chances criadas, porém, foram desperdiçadas e o placar se manteve em Náutico 1 a 0 Salgueiro.

Ficha

Náutico 1
Júlio César; Rafael Pereira, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Gastón; Elicarlos e Rodrigo Souza; Bérgson (Thiago Santana), Caíque (Eduardinho) e Rony; Daniel Morais (Rafael Ratão). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Salgueiro 0
Mondragon, Marcos Tamandaré, Ranieri, Rogério e Daniel; Rodolfo Potiguar (Nilson), Moreilândia (Paulinho Mossoró), Alexon (Anderson Lessa) e Jeferson Berger; Cassio e Piauí. Técnico: Sérgio China

Local: Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE). Árbitro: Sebastião Rufino Ribeiro Filho. Assistentes: Bruno Cesar Chaves Vieira e Cleberson Nascimento Leite. Gol: Daniel Morais (Náutico). Cartões amarelos: Gastón, Daniel Morais, Ronaldo Alves (Náutico); Moreilândia, Jeferson Berger, Ranieri, Rogério, Nilson (Salgueiro). Público: 2893. Renda: R$ 56.775,00.

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