quinta-feira, 5 de julho de 2012

Duplamente histórico


Depois de anos de espera, com muito sofrimento, decepções e gozações pelo caminho, o corintiano pôde, ontem, finalmente comemorar a conquista da tão sonhada Copa Libertadores da América. O Corinthians venceu o Boca Juniors por 2x0 no Estádio do Pacaembu, com dois gols de Emerson Sheik, e tem, pela primeira vez em sua história, a América ao seus pés. E o título não poderia ter vindo de forma ainda mais marcante: invicto. Desde 1978 a Libertadores não tinha um campeão imbatível. E o Corinthians, 34 anos depois, levanta a taça sem sofrer uma única derrota.

O primeiro tempo da grande decisão não foi dos melhores de ser visto. Corinthians e Boca se salvaguardaram em demasia, sem atacarem de forma incisiva e agressiva, procurando manter as estruturas defensivas coesas e mais seguras. Em suma, foram 45 minutos de futebol quase que monótono.

Mas a segunda etapa foi bem diferente. Os corintianos, empurrados pela sua fiel torcida que lotou o Pacaembu, foram para cima dos argentinos, assumindo a condição de mandante e, mais ainda, de time que sabia bem o que queria: o título.

Aos oito minutos do segundo tempo, Alex cobra falta, Danilo, de calcanhar à la Dr. Sócrates, assistiu Emerson Sheik, que dominou e fuzilou para dentro do gol xeneize. Explosão de alegria no Pacaembu. O tão desejado título estava mais próximo.

Sem se descuidar da defesa, o Timão manteve a postura ofensiva. O time do Boca não se acertava em campo. O astro Riquelme, mesmo jogando com espaço (a marcação nele era feita por zona), não estava em uma noite inspirada e foi muito mal na decisão. Os argentinos praticamente não incomodaram o goleiro Cássio.

Com mais volume de jogo e dominando as ações ofensivas da partida, o segundo gol surgiu quase que de forma natural. Emerson Sheik, aos 27 minutos, aproveitou o erro do zagueiro Schiavi, entrou na área e carimbou o título, marcando o 2x0. Com os dois gols, Sheik escreve, também, seu nome na galeria dos heróis corintianos, juntando-se a Basílio (autor do gol do título Paulista de 1977, que tirou o Timão da fila de 23 anos) e Tupãzinho (que marcou o gol do primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990).

Após o 2x0, o Corinthians administrou o resultado, sem sofrer qualquer perigo por parte do Boca Juniors. Quando o árbitro Wilmar Roldán apitou o fim da partida, a Fiel pôde, finalmente, gritar “é campeão da Libertadores”. E um justo campeão.

Mundial de Clubes

Primeiro campeão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em 2000, o Corinthians se prepara para a edição 2012, em busca do seu segundo título mundial. No Japão, o principal adversário do Timão deverá ser o Chelsea, da Inglaterra. Curiosamente, Corinthians e Chelsea eram dois clubes dos mais obcecados em conquistar os títulos de seus respectivos continentes. E ambos foram campeões no mesmo ano. 

Contudo, é sempre bom ter atenção. Afinal, o Internacional e o Mazembe estão aí para mostrar que nem tudo são favas contadas e há, sempre, a possibilidade de ocorrer uma nova zebra.

Ficha Técnica

Corinthians 2x0 Boca Juniors

Local: Estádio do Pacaembu, São Paulo/SP
Data: 04/07/2012, quarta-feira
Horário: 21h50m
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Assistentes: Abraham González e Humberto Clavijo (ambos da COL)

Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex (Douglas); Jorge Henrique (Wallace) e Emerson Sheik (Liedson). Técnico: Tite.

Boca Juniors: Orión (Sebastian Sosa); Sosa, Caruzzo, Schiavi e Clemente Rodríguez; Ledesma (Civitanich), Somoza, Erviti e Riquelme; Pablo Mouche (Viatri) e Santiago Silva. Técnico: Julio César Falcionis.

Campeões invictos

Estudiantes – 1969 e 1970
Corinthians - 2012
Boca Juniors – 1978
Independiente – 1964
Santos – 1963
Peñarol – 1960

Os maiores campeões da Libertadores

Independiente (ARG) – 7
Boca Juniors (ARG) – 6
Peñarol (URU) – 5
Estudiantes (ARG) – 4
Santos (BRA) – 3
São Paulo (BRA) – 3
Olimpia (PAR) – 3
Nacional (URU) – 3

Títulos por país

Argentina – 22
Brasil – 16
Uruguai – 8
Paraguai – 3
Colômbia – 2
Equador – 1
Chile – 1

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Para entrar na história



Quando Corinthians x Boca Juniors entrarem em campo hoje, às 21h50, no Estádio do Pacaembu, estarão a cerca de uma hora e meia (um pouquinho mais, se a decisão for para prorrogação e depois para pênaltis) de entrarem para a história. O Corinthians poderá se sagrar campeão da Copa Libertadores da América pela primeira vez e, finalmente, acabar com a gozação dos rivais paulistas - Santos, São Paulo e Palmeiras - todos campeões da competição. Já os argentinos do Boca Juniors poderão chegar ao sétimo título e, assim, igualarem o rival Independiente como maiores campeões do principai torneio continental.

No jogo de ida, na semana passada, o Corinthians foi ao estádio La Bombonera, em Buenos Aires, arrancar um empate, 1 x 1, após estar atrás no marcador. O gol da igualdade foi marcado pelo jovem Romarinho, em sua estreia na competição. Ele saiu do banco para deixar o Timão vivo na briga pelo tão sonhado título das Américas. O novo xodó da Fiel já aparece como um amuleto do time paulista.

Ao contrário de todas as fases de mata-mata do torneio, a final da Libertadores não prevê o gol marcado fora de casa como critério de desempate. Então, um 0 x 0 na noite de hoje não dará o título ao Corinthians. A final está em aberto. Um novo empate, seja qual for o resultado, levará a decisão do título para a prorrogação e, se permanecer a igualdade, para as grandes penalidades.

Para fazer história, o Corinthians deverá ter cuidado redobrado com o ídolo do Boca Juniors, Riquelme. Este ano, ele voltou a estar em forma e a contribuir de forma determinante para o time. E no jogo de ida, em Buenos Aires, o Timão deu muito espaço ao camisa 10, principalmente no segundo tempo, em que o craque xeneize jogou como pêndulo e municiou o ataque com vários passes.

No histórico de confrontos, o Boca Juniors leva vantagem sobre o Corinthians. Foram cinco jogos oficiais, com duas vitórias argentinas e três empates. No total, incluindo amistosos, são 12 embates, cinco vitórias do Boca e três do Corinthians (mais quatro empates). Na soma de gols, uma verdadeira goleada Xeneize: 28 x 18.

Carrasco de brasileiros

Esta é a sexta vez que o Boca Juniors enfrenta um clube brasileiro em final da Libertadores. E os argentinos são verdadeiros carrascos dos clubes nacionais. Salvo a final de 1963, em que enfrentou nada menos que o Santos de Pelé e, logicamente, perdeu, o Boca Juniors conquistou quatro dos seus seis títulos continentais em cima de adversários brasileiros. Em 1977 a primeira vítima foi o Cruzeiro. Na sequência, vieram três triunfos em território brasileiro, Palmeiras em 2000 e Santos em 2003 na cidade de São Paulo, local da final de hoje, e Grêmio em 2007.

Corinthians pode ser campeão invicto

O Corinthians pode se tornar o primeiro clube campeão da Libertadores de forma invicta em 34 anos. Com sete vitórias e seis empates em 13 jogos que realizou, o Timão pode alcançar um feito que não ocorre desde 1978. Na ocasião, o Boca Juniors, adversário na final deste ano, foi campeão invicto.

Porém, um detalhe é curioso: a última vez que um time chegou invicto à final da Libertadores foi o Santos, na edição de 2003. O time santista não foi campeão. E o adversário do alvinegro praiano foi o Boca Juniors.

Campeões invictos
Estudiantes – 1969 e 1970
Boca Juniors – 1978
Independiente – 1964
Santos – 1963
Peñarol – 1960

Ficha Técnica

Local: Estádio do Pacaembu, São Paulo/SP
Data: 04/07/2012, quarta-feira
Horário: 21h50m
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Assistentes: Abraham González e Humberto Clavijo (ambos da COL)

Corinthians: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Emerson Sheik. Técnico: Tite.

Boca Juniors: Orion; Roncaglia, Caruzzo, Schiavi e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza, Erviti e Riquelme; Pablo Mouche e Santiago Silva. Técnico: Julio César Falcionis.