sexta-feira, 11 de maio de 2012

Na final dos Atléticos, o de Madrid se deu melhor



Na última quarta-feira, Atlético Madrid x Athletic Bilbao, antigas filial e matriz, fizeram uma final história na Liga Europa (compreenda a importância histórica: Atlético Madrid x Athletic Bilbao fazem final histórica). E nesse confronto, a antiga filial do clube basco se deu melhor, com uma vitória contundente e incontestável: 3x0 para o Atlético Madrid, com direito a três golaços.

Com a conquista, o Atlético chegou ao seu segundo título da competição, repetindo o feito de 2010, quando levou a primeira taça da Liga Europa com a atual denominação e o atual formato (já que o torneio é o sucessor da Copa UEFA).

O jogo decisivo, realizado no Estádio Nacional em Bucareste (Romênia) foi totalmente dominado pelo Atlético Madrid, que abriu o placar logo aos sete minutos de jogo através de um golaço do Sr. Liga Europa, Falcao Garcia. O segundo gol do Atlético, marcado ainda no primeiro tempo, foi outro golaço do colombiano, que chegou a 12 gols na competição, tornando-se o primeiro jogador a ser artilheiro por dois anos seguidos da história da Copa UEFA/Liga Europa. Falcao, inclusive, celebrou o bicampeonato do torneio, pois no ano passado havia conquistado o título a serviço do Porto (por sinal, foi dele o gol da vitória portista na final de Dublin, frente ao Sporting Braga).

No segundo tempo, o Atlético geriu o resultado e o Athletic atacou de forma ostensiva, mas não foi eficaz na hora de colocar a bola para dentro do gol adversário. O Atlético passou a aproveitar os espaços abertos pelo time basco para jogar em contra-ataque. Foi desta forma que, a cinco minutos do fim, o brasileiro Diego selou o resultado final do encontro, marcando mais um golaço. Coincidentemente, os três gols “Colchoneros” foram feitos por jogadores que passaram pelo FC Porto – Falcao (2) e Diego (1).

Ao conquistar a sua segunda Liga Europa, o Atlético chega ao seu terceiro título europeu da história, já que também conquistou a antiga Recopa, em 1962.

O Athletic, por sua vez, amargou mais uma derrota em final europeia. Esta foi a segunda vez que o clube basco chegou à decisão da Copa UEFA/Liga Europa e tal qual em 1977, quando perdeu para a Juventus, o Athletic não conseguiu se sagrar campeão.

O emocionante choro bilbaíno

Assim que Diego marcou o terceiro gol do Atlético e sacramentou o título dos “Colchoneros”, viu-se os jogadores do Athletic já estendidos no gramado, aos prantos, sentindo a dor da derrota, como quem sentia a dor de todo um povo que sonhou em finalmente ver seu ícone se sagrar campeão de um torneio continental.

O Athletic, oito vezes campeão espanhol e 24 vezes campeão da Copa do Rei, é um clube que representa de forma simbólica o nacionalismo basco. Desde 1911, apenas jogadores bascos (ou descendentes de bascos ou jogadores que cresceram no País Basco e foram formados nas canteras de clubes bascos) podem vestir o manto vermelho e branco dos “Leones”. Para entender melhor a história do Athletic, leia Athletic Bilbao - o ícone de um povo.

A partir do momento em que sofreram o terceiro gol, era nítido o sofrimento dos jogadores do Athletic, que sentem o seu clube como poucos jogadores do futebol moderno, marcado pela lógica do mercado, em que o dinheiro fala mais alto do que o sentimento.

Em termos comparativos, por exemplo, Falcao Garcia, que era o jogador mais bem pago da história do FC Porto, trocou o clube português pelo Atlético Madrid, para ganhar algo em torno de três vezes mais do que ganhava em Portugal; custando 40 milhões de euros aos cofres do clube madrilenho.

O Athletic Bilbao representa outra mentalidade, algo muito raro nos dias atuais do futebol moderno. Por isso, foi tocante ver a reação emocionada dos jogadores bascos com a derrota. O mundo viu os jogadores sentirem a derrota como se se tratasse de toda a derrota de um povo que viu seu sonho frustrado.


Contudo, a torcida bilbaína ainda tem uma possibilidade de celebrar um título este ano. O Athletic está na final da Copa do Rei, em que enfrentará o Barcelona, no dia 25 de maio. Curiosamente, a decisão será no Estádio Vicente Calderón, que pertence ao Atlético Madrid.

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